0
ALGUNS PASSOS DA BOA REDAÇÃO
Posted by Paulinha
on
15:03
in
Estudo
ALGUNS PASSOS DA BOA REDAÇÃO
Ney Rocha
Juiz do Trabalho da 11ª Região
Escrever é arte de convencer pela palavra. A redação eficiente deve atrair a atenção do leitor. Nas praças e grandes centros há sempre artistas tentando chamar à atenção. É assim em São Paulo na Praça da Sé, é assim no Nordeste com os repentistas e assim é em vários lugares.
Um bom texto atrai a atenção do leitor. E, para isso, várias são as estratégias que podemos usar. Mostrar, por exemplo, que sua proposta é inovadora e interessante; que ela faz uma releitura sensível e principiológica. Inovar é preciso.
Uma das técnicas mais importante para manter a atenção é transmitir ao leitor a certeza de que sua redação tem algo de inovador, de diferente e que mudará uma forma de pensar. Use frase de efeito (efeito moderado; não exagere!).
Desperte a atenção. Nunca dou tanta atenção a outdoors, mas certa vez, olhei rapidamente um e nele li “Outdoors: sem querer você já leu”. Isso é uma frase que desperta a atenção e convence. A publicidade e propaganda são os grandes mestres dessa arte.
Toda redação, como um bom texto jurídico deve ser construído com informações e conceitos exatos e precisos. O bom redator não usa palavras vagas; ele usa uma palavra precisa e exata, que será suficiente para transmitir a idéia. Quando lemos que “há uma decisão judicial reintegrando o reclamante” percebemos quão vaga é a afirmação. Você que está lendo este texto, diga-me: houve uma antecipação de tutela, uma sentença, ou um acórdão? Por que será que o redator não substituiu o termo decisão por sentença, medida liminar ou acórdão??!!?
E o que dizer de sentenças que se limitam a afirmar que “há nos autos elementos suficientes para julgar procedente o pedido”?. Que elementos seriam esses? Bons ou maus elementos? Há documentos? Há alguma testemunha?? Falta de precisão é um dos grandes defeitos.
A justa causa exige prova robusta. O que é robusta? Robusta, respondem-me, é aquilo que é forte, bem demonstrado. Forte para quem? Bem demonstrado para quem? De que forma?
Fomos acostumados é não ter precisão terminológica. E crescemos assim. “Adoce a gosto”; “Mexa até fixar no ponto”; “Coloque pouco sal”. Isso não diz nada, mas são frases que compõem o nosso dia-a-dia.
Uma redação com conceitos vagos e indeterminados não convence; não será uma boa redação; não transmitirá informação alguma ao leitor.
Nietzsche disse certa vez que “minha ambição é dizer em dez frases o que outro qualquer diz num livro”. Concisão também é fundamental para um bom texto. O grande desafio de uma boa redação é dizer tudo, escrevendo pouco. Leia detalhadamente o parágrafo abaixo:
O reclamante foi admitido para trabalhar na reclamada em 1º de abril de 2006, onde começou trabalhando na função de cobrador e permaneceu nessa função até 30 de novembro de 2006, mas foi promovido, sendo que em 1º de dezembro de 2006 continuou trabalhando na reclamada, mas passou a exercer a função de motorista, permanecendo nessa última função até a data de sua dispensa, em 25 de março de 2008.
Volte e releia o parágrafo acima sem ler as partes em itálico. Isso é concisão.
Ney Rocha
Juiz do Trabalho da 11ª Região
Escrever é arte de convencer pela palavra. A redação eficiente deve atrair a atenção do leitor. Nas praças e grandes centros há sempre artistas tentando chamar à atenção. É assim em São Paulo na Praça da Sé, é assim no Nordeste com os repentistas e assim é em vários lugares.
Um bom texto atrai a atenção do leitor. E, para isso, várias são as estratégias que podemos usar. Mostrar, por exemplo, que sua proposta é inovadora e interessante; que ela faz uma releitura sensível e principiológica. Inovar é preciso.
Uma das técnicas mais importante para manter a atenção é transmitir ao leitor a certeza de que sua redação tem algo de inovador, de diferente e que mudará uma forma de pensar. Use frase de efeito (efeito moderado; não exagere!).
Desperte a atenção. Nunca dou tanta atenção a outdoors, mas certa vez, olhei rapidamente um e nele li “Outdoors: sem querer você já leu”. Isso é uma frase que desperta a atenção e convence. A publicidade e propaganda são os grandes mestres dessa arte.
Toda redação, como um bom texto jurídico deve ser construído com informações e conceitos exatos e precisos. O bom redator não usa palavras vagas; ele usa uma palavra precisa e exata, que será suficiente para transmitir a idéia. Quando lemos que “há uma decisão judicial reintegrando o reclamante” percebemos quão vaga é a afirmação. Você que está lendo este texto, diga-me: houve uma antecipação de tutela, uma sentença, ou um acórdão? Por que será que o redator não substituiu o termo decisão por sentença, medida liminar ou acórdão??!!?
E o que dizer de sentenças que se limitam a afirmar que “há nos autos elementos suficientes para julgar procedente o pedido”?. Que elementos seriam esses? Bons ou maus elementos? Há documentos? Há alguma testemunha?? Falta de precisão é um dos grandes defeitos.
A justa causa exige prova robusta. O que é robusta? Robusta, respondem-me, é aquilo que é forte, bem demonstrado. Forte para quem? Bem demonstrado para quem? De que forma?
Fomos acostumados é não ter precisão terminológica. E crescemos assim. “Adoce a gosto”; “Mexa até fixar no ponto”; “Coloque pouco sal”. Isso não diz nada, mas são frases que compõem o nosso dia-a-dia.
Uma redação com conceitos vagos e indeterminados não convence; não será uma boa redação; não transmitirá informação alguma ao leitor.
Nietzsche disse certa vez que “minha ambição é dizer em dez frases o que outro qualquer diz num livro”. Concisão também é fundamental para um bom texto. O grande desafio de uma boa redação é dizer tudo, escrevendo pouco. Leia detalhadamente o parágrafo abaixo:
O reclamante foi admitido para trabalhar na reclamada em 1º de abril de 2006, onde começou trabalhando na função de cobrador e permaneceu nessa função até 30 de novembro de 2006, mas foi promovido, sendo que em 1º de dezembro de 2006 continuou trabalhando na reclamada, mas passou a exercer a função de motorista, permanecendo nessa última função até a data de sua dispensa, em 25 de março de 2008.
Volte e releia o parágrafo acima sem ler as partes em itálico. Isso é concisão.
Postar um comentário